segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

MOMENTO BRUNO RECOMENDA: "A PRINCESA E O SAPO"



Bom, é o seguinte: Para quem não curte desenho animado ou acha que é coisa apenas para crianças, passe longe de "A Princesa e o Sapo".
Agora, se você é daqueles apaixonados por animação (uma das mais lindas formas de arte na minha opinião), cresceu assistindo os desenhos clássicos da Disney e é um fã incondicional dos dois, um alerta: CORRA para o cinema mais próximo e assista o mais rápido possível a essa nova OBRA-PRIMA da animação e dos estúdios de Walt Disney.
"A Princesa e o Sapo", novo clássico da Disney, é um presente para os fãs de animação.

Para começar, esse filme para mim é um marco: Com ele, retomei um bom e velho costume que não fazia mais nos últimos anos. Com "A Princesa e o Sapo" voltei a assistir um desenho animado musical clássico nos cinemas, como fazia na minha época de criança, quando assisti a filmes que marcaram a minha vida como "A Bela e a Fera", "A Pequena Sereia", "Aladdin", "O Rei Leão", "Pocahontas", "Mulan", entre outros. Com esse filme, voltei à minha infância e aquela linda época da minha vida em que esses filmes me faziam sair do cinema com os olhos brilhando e imaginação a mil. Confesso que quando a Disney anunciou que voltaria a produzir clássicos com a técnica de animação tradicional em uma época que a animação computadorizada dominou o cinema, me assustei um pouco. Tive medo de não conseguirem mais fazer esses filmes como antes e de me desapontar. Acabar com a última gota de esperança que eu ainda tinha de um dia ver esses filmes de volta aos cinemas. Até o momento de comprar meu ingresso, ainda estava com essa insegurança, com medo do que eu veria ali. Mas para minha completa felicidade, valeu cada centavo!!! Eles conseguiram de novo! Saí do cinema chorando de emoção com tudo que tinha visto ali.

Era a magia Disney, aquela da minha infância, de volta! Era o mesmo brilho no olhar de quando eu tinha 8, 9 ,10 anos. Não dava pra acreditar. Eu tinha acabado de assistir uma hora e meia de pura magia, música, sonho, sensibilidade, poesia que só a Disney sabia(e ainda sabe) fazer. E uma coisa me chamou a atenção: o público APLAUDIU o filme no encerramento. Foi a concretização de um sonho. A boa e imbatível Disney estava de volta!

Mas deixando a minha emoção de lado, vamos a crítica com um pequeno enredo sobre o filme antes:

Após cinco anos sem produzir longa-metragens de animação tradicional, feitos à mão, a Walt Disney Animation Studios lança nos cinemas "A Princesa e o Sapo", que destaca-se de outros animados não só pela técnica, que consagrou a Disney como o maior estúdio de animação do planeta, mas por provar que os contos de fadas românticos ainda estão na moda, se forem contados de um modo moderno e atual.
Além disso, o filme marca história por trazer a primeira princesa afro americana dos estúdios Disney. É isso mesmo! A protagonista se torna a primeira princesa negra da história da animação. E mesmo parecendo uma princesa tradicional, Tiana é o oposto de tudo que já foi feito com as princesas nos filmes Disney. Tiana é uma jovem independente, esforçada, trabalhadora, que não acredita em contos de fadas e nem vive a espera de um princípe encantado para resolver sua vida. É o perfeito retrato da mulher moderna. Ela vive na lindíssima cidade de Nova Orleans, década de 20, época de auge do jazz, um local repleto de aventura, romance, magia e muita música. Sem tempo para romances, seu maior sonho é ter um restaurante bem sucedido para honrar seu pai, mas mesmo trabalhando muito ela vê seu maior desejo cada vez mais distante. Até que um dia, ela conhece o mimado, irresponsável e indolente Princípe Naveen(dublado por Rodrigo Lombardi na versão brasileira), do reino distante da Maldonia, mas ele está um pouco diferente, pois foi transformado num sapo por um feiticeiro vudu, chamado Dr.Facilier, que fez um pacto com os seres do outro lado para conseguir roubar a fortuna do príncipe- um clássico vilão da Disney.
Naveen acredita que se ganhar um beijo de uma princesa, igual nos contos de fadas, vai conseguir recuperar a sua forma humana, mas ele não contava que ao beijar Tiana, ela também seria transformada num anfíbio. Para voltar ao normal, eles partem numa grande aventura pelos pântanos místicos da Louisiana, em busca de uma velha feiticeira de 197 anos de idade chamada Mama Odie.
Somos introduzidos então a uma divertida jornada por esse maravilhoso cenário que é o pântano de Nova Orleans, retratado de uma maneira incrivelmente bela, com uma riqueza e perfeição de detalhes impressionantes, e somos apresentados à personagens carismáticos e marcantes típicos dos velhos tempos da Disney. Mama Odie, apesar de aparecer pouco, se tornou uma das minhas personagens preferidas no filme.
Antes de chegarem até ela, eles enfrentam vários desafios como caçadores de sapos, numa divertida cena, que lembra muito os clássicos cartoons dos anos 60 e 70 no estilo "Pica-Pau" e "Pernalonga" e contam com a ajuda de dois novos amigos: o apaixonado vaga-lume "cajun" Ray e o divertido jacaré-trompetista chamado Louis(claramente inspirado no lendário trompetista Loiuis Armstrong), que tem como sonho tocar jazz com os humanos.
Mesmo com um grande número de personagens, todos eles tem um papel fundamental e até mesmo os coadjuvantes conseguem ser tão cativantes e emocionar tanto como o casal principal- o casal Ray e Evangeline, por exemplo, vai fazer muita gente sair com lágrimas nos olhos após ver o filme. Se alguém tinha dúvida que Ray iria entrar no hall dos maiores personagens secundários da Disney, o seu final (uma grande e linda surpresa que eu não posso contar) não deixou nenhum restício dela. Também tem a divertida Charlotte, melhor amiga de Tiana, que vai arrancar muitas gargalhadas durante todas as suas cenas.
Além dos personagens, as canções também tem um papel fundamental na história, coisa que não é novidade na Disney, conhecida por seus números musicais inesquecíveis. Nesse novo clássico não é diferente. Com músicas do premiado compositor Randy Newman( "Carros", "Monstros S.A", "Toy Story"), a trilha sonora é viciante e as sete canções inéditas vão grudar na cabeça de quem curte um bom jazz, blues, gospel e música negra em geral, estilos combinados pelo compositor especialmente para esse filme.
Com cenários perfeitos que nos transportam para dentro da história e de Nova Orleans, o que mais diferencia "A Princesa e o Sapo" de outras produções é o romantismo e o humor em parceria. Diferente de outros animados, neste há piadas ao mesmo tempo sofisticadas para os pais e divertidas para as crianças, não caindo no clichê de piadas de banheiro, uma detestável frequência em alguns filmes. Até a dublagem nacional se destaca, com uma escolha interessante de vozes, que se encaixam perfeitamente com os personagens.
Uma curiosidade são as já clássicas referências a outros filmes de sucesso do estúdio. Neste, vemos outros personagens, objetos e até cenas idênticas de outras produções Disney aparecendo na tela como "Aladdin", "Pinóquio", "A Pequena Sereia", "Cinderela", entre outros.

A Walt Disney Animations Studios criou, definitivamente, um clássico instantâneo, que por meio de antigos e novos elementos, dá continuidade a linha de obras-primas que consagraram o estúdio do Mickey, principalmente na década de 90, a minha favorita. É o retorno e o recomeço que todos esperávamos!!!
"A Princesa e o Sapo" reúne tudo o que a Disney tem de melhor. Começando pela animação, que é viva, colorida, detalhada e caprichadíssima. A técnica 2-D voltou com tudo, em grande estilo, pois nunca esteve tão estonteante na telona.
A direção de arte é de cair o queixo. Cada cenário revela-se uma verdadeira obra de arte. A arte do filme nos remete muito a de cartões e posteres dos filmes doas anos 20 e 30, e se mostra totalmente agradável a atmosfera do filme. Tudo é impecável, desde os vários ambientes da cidade, o Carnaval, as sequências no pântano e o final no cemitério da cidade. Se o desejo da equipe era levantar a moral de New Orleans, após a devastação do furacão Katrina, conseguiram! A cidade é retratada tão fielmente que dá vontade de correr para lá e experimentar tudo o que ela oferece, como diz a Tiana na música.
Aliás, falando na mais nova princesa da Disney, além de linda, ela é completamente apaixonante.
Sua determinação, garra e coragem para realizar o seu sonho é um exemplo de vida! Com certeza, muitas pessoas irão se espelhar nela, afinal, o filme traz uma mensagem otimista que é contagiante. O bom é que, mesmo como anfíbio, Tiana mantém o carisma que a torna uma das princesas mais autênticas e interessantes da Disney.
Ainda no campo dos personagens, só há motivos para comemorar. Tiana e Naveen tem uma química absurda. Os protagonistas começam o filme bem chatos em suas extremidades, propositalmente. Naveen é um fanfarrão que não quer nada da vida e Tiana não quer nada com a diversão, só pensa em trabalho- coisa que aprenderão a lidar quando se juntarem. O ponto de equilíbrio será o fio condutor da relação do casal. Não é um casal que se apaixona logo de cara como em outros filmes. O envolvimento deles vai acontecendo aos poucos, a medida em que o tempo vai passando e eles vão se conhecendo mais a fundo, de verdade e percebendo que fizeram impressões erradas a respeito do outro.
Por sinal, todo o elenco do filme brilha muito em cena. Os coadjuvantes Ray, Louis e Mama Odie são excepcionais. Louis é realmente um camaradão, um crocodilo do bem. Mama Odie é maravilhosa e seu número musical é um dos melhores do filme.
Ray, pelos momentos mais emocionantes e POÉTICOS do filme, que me fizeram debulhar em lágrimas, e Dr.Facilier, que já foi eleito um dos vilões mais fascinantes e marcantes da Disney.
Ele é magistral, um grande vilão como Scar, Jafar e tantos outros. Facilier é realmente demoníaco. E ganancioso. Quer a todo custo enriquecer as custas de Big Daddy LaBouff. Suas cenas de vudu são sinistras e até um pouco pesadas para um filme considerado "infantil".
Lawrence é um vilão bem maior do que eu imaginava. É bem perverso e ganancioso também.
Aliás, o Dr.Facilier aparece em bem mais cenas do que eu achei que ele apareceria. Um vilão com V maiúsculo, pra ninguém botar defeito.
Destaque especial para a mimada e histérica Charlotte. É uma personagem muito engraçada, uma grande amiga de Tiana. As cenas com ela e seu Big Daddy são fantásticas. E as suas tiradas são hilárias (adorei a superprodução no visual para o baile, com direito a pintinha de Marilyn Monroe e ajeitadinha no decote para "ir a batalha do príncipe"). E o compromisso com o mais novo sucessor do trono da Maldonia. Um desfecho genial! É de matar de rir.
Uma cena muito engraçada também é quando Stella, a cadela de Charlotte, fala o nome de Tiana
ao tentar pegar os sapos. Toda essa parte é bem divertida.
Porém, Ray é quem rouba a cena mesmo, e o final é de emocionar. Nem posso contar, mas a última cena é sublime. Muito poética.
O Naveen é um personagem fantástico, que leva o filme "na malandragem". Louis, mesmo não sendo tão engraçado é muito agradável em sua participação. Já a Mama Odie com seu parceiro Juju (sim, é ELE!) diz a que veio em pouco tempo de tela. Embora coadjuvantes, Paizão LaBouff, Eudora, James e Lawrence são ótimos também. Por fim, os amigos do outro lado são um pouco assustadores, mas sem eles o filme não teria o mesmo impacto.
Também adorei os caçadores de sapos. Uma sequência divertídissima. Eles aparecem pouquíssimo, mas lembram demais os personagens cartunescos dos anos 40, 50, 60 e 70. Humor pastelão da melhor qualidade. Eles precisam voltar. Um curta seria ideal.
Mais uma vez, a dublagem da Disney é um show a parte. O Rodrigo Lombardi arrasou no papel. E mostrou que é afinado na canção! A escalação da maioria das vozes caiu como uma luva, com exceção do Dr.Facilier, que merecia uma voz mais grave e imponente, assim como no original.
A dublagem está muito boa, assim como a tradução das músicas. A métrica foge um pouco, mas a adaptação exata poderia prejudicar o produto final, então eu prefiro assim.
Quanto a adaptação brazuca do texto, ponto negativo para a "abrasileiração" desnecessária de alguns termos. Gumbo, o prato tão importante da trama, virou uma "sopa" qualquer. E o Mardi Grass, por sua vez, foi chamado de Carnaval. Poxa, se estes são aspectos culturais tão importantes de Nova Orleans, eles não deveriam optar pelo "óbvil". Também não gostei de uma fala do Ray:"Vocês são de Copacabana?" Poxa, esse tipo de adaptação ridiculariza demais a versão brasileira.
Todos os números musicais são encantadores e grandiosos, dignos de um grande musical. E tenho que ressaltar: As músicas são lindas!!! Um show a parte! Estou absolutamente viciado na trilha sonora desse filme. Uma das trilhas sonoras mais bonitas que eu já ouvi. E o melhor: além de lindas, elas se encaixam perfeitamente na história. Randy Newman, contrariando muita gente, provou que era o cara ideal para compor esta trilha sonora fenomenal. ALL THAT JAZZ!!!
E tantos outros estilos musicais maravilhosos que correm pela tela. A homenagem e a explosão de jazz em todo o filme é contagiante!!! Dá vontade de sair dançando pelo cinema.
"Down in New Orleans" é fragmentada em três pedaços. O musical de abertura é excelente, introduz todos os personagens, é algo bem grandioso. Mas nada se compara ao final. Muito Disney, muito maravilhoso, dá vontade de chorar. "Almost There" é um musical bem bonito também e tem uma pequena reprise triste na varanda. "When We´re Human" e "Gonna Take you There" são muito, muito boas. "My Belle Evangeline" é linda!

No fim, o filme acaba sendo uma grande, linda e merecida (depois de tudo o que a cidade passou)homenagem a New Orleans e ao jazz e seus tempos de glória.
A idéia de ambientar o filme em Nova Orleans com a trilha sonora toda baseada no jazz (já que foi lá que o ritmo nasceu), inspirado na cultura negra em geral e de uma maneira moderna e atual foiu muito bem sacada e deu para o filme um toque único, diferente de tudo o que já foi feito, bastante original e muito especial.
Parabéns para toda a equipe!
O filme teve inúmeros momentos extraordinários, mas o clímax no cemitério foi melhor do que eu pensava. A maneira como os amigos do outro lado cobram a dívida do Facilier me surpreendeu. Inovaram e pronto!
É um excelente filme, possui sequências ótimas como, por exemplo, a fuga dos crocodilos e a dança dos sapos na lagoa. A sequência final somada ao início é poesia pura. A mensagem é muito importante, eu nem tenho como expressar o quanto eu gostei. Assistam e vejam vocês mesmos.
"A Princesa e o Sapo" é algo totalmente inesperado do que nós, os fãs saudosistas esperavam?
Não, é exatamente o que todos esperavam, um filme tipicamente Disney, com um olhar moderno, da nova década. Vemos romance, amor por pessoas diferentes, o personagem secundário ajudante que todos adoram, a fada (mesmo que seja vudu) e o vilão.
Também é muito interessante observar a evolução da mulher através dos filmes da Disney. Me assustou um pouco reparar a inversão dos valores e como as coisas evoluíram e estão nos dias de hoje. Assista "Branca de Neve e os 7 Anões", a primeira princesa da Disney, lá da década de 30 e repare como se comportava a mulher daquela década. Submissa, obediente, só realizava tarefas domésticas e vivia esperando a chegada de um princípe encantado que a pegasse nos braços e a levasse para o seu castelo. A mulher daquela época não tinha voz própria e dependia de um homem pra tudo. A única esperança de vida para elas era o casamento. Era arrumar um bom partido que a desse uma casa e uma boa vida.
Assista aos clássicos seguintes, vá passando de década em década e repare como isso vai mudando. Por exemplo: Em "A Pequena Sereia", já na década de 90, a protagonista Ariel já é atrevida, desobedece e responde o pai, coloca os seus pontos de vista, defende suas opiniões e luta e corre atrás de seus sonhos e do seu princípe.
Em "Mulan", a personagem chega a se disfarçar de homem e lutar no exército com os outros soldados.
E agora com "A Princesa e o Sapo" em plena era 2000, a protagonista é completamente independente, trabalhadora, auto-suficiente, não acredita em contos de fadas, enquanto o príncipe é mimado, preguiçoso, malandro e PASMEM um inútil. A princesa é quem dá lições de moral para ele e ainda o salva de perigos. Incrível!!!
Enfim, eu poderia ficar horas falando sobre esse filme mas vou encerrar repetindo o que eu não canso de falar. Ele é lindo, romântico, sensível, poético, sublime.
Uma verdadeira obra-prima absolutamente encantadora e genial! Genial pela maneira como eles usaram um conto de fadas de forma moderna e atual e pelo fantástico tratamento com o jazz e Nova Orleans.
"A Princesa e o Sapo" merece ser assistido com toda a família e, fatalmente, vai entrar para a lista dos grandes clássicos da Disney por conseguir usar um tipo de história já conhecida e apresentá-la de uma maneira original e inovadora e apresentar personagens marcantes e encantadores, além de uma trilha sonora viciante e ótimos momentos de viagem e diversão, aventura e muita emoção.
Um revival e uma grande homenagem da pura e velha magia Disney presente em clássicos como "A Bela e a Fera", "O Rei Leão", "Aladdin", "Pinóquio", "Branca de Neve e os 7 Anões", entre tantos outros, que até hoje encantam e emocionam gerações e gerações.
Sai do cinema extasiado e cantarolando "Os sonhos se realizam em Nova Orleans", como ecoa a protagonista na última frase do belissímo encerramento do filme.
E eu realmente acreditei nisso! Nota 20!!! A Disney está de volta e na sua melhor forma.
Que venham os próximos...


(ATUALIZADO)- Acabei de ficar sabendo que a importante revista americana TIME elegeu "A Princesa e o Sapo" o melhor filme de 2009. E no segundo lugar ficou outra animação da Disney, "UP- Altas Aventuras". Uhú muito bom. Aprovado e merecido!


2 comentários:

  1. Mudei as coires daqui, vê se gosta, senão fala. Tô querendo mudar o layout tb, posso? só experimentar. Deixando a imagem do rolo de filme.
    responde por email

    ResponderExcluir