domingo, 25 de abril de 2010

CRÍTICA: "ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS"


Gente, assisti o filme e tive a seguinte conclusão: Alice NÃO é uma maravilha!
Lembrando que já conversei com várias pessoas e a maioria tem gostado e que esta é a minha opinião e a minha crítica. Leiam abaixo:
ALICE NÃO É UMA MARAVILHA!:
Fui assistir o filme e, putz, me decepcionei bastante. Primeiro porque sou fã e adoro o trabalho do Tim Burton e consequentemente, do Johny Deep e os vídeos e imagens do filme só faziam eu apostar cada vez mais alto, mas no final da sessão eu saí com aquela cara: "É só isso?"
Cara, eu achava que não tinha ninguém melhor para adaptar Alice do que o Tim Burton, e ninguém melhor para interpretar o Chapeleiro Maluco do que o Johny Depp, mas sinceramente, esperava muito mais desses dois. O Chapeleiro no final das contas é um personagem sem graça, por mais que tenha uns dois momentos bacanas. E fica a impressão de que o Tim poderia ter feito algo muito melhor com o material que tinha em mãos.
A sensação que eu fiquei ao ver o filme foi de "Cara, Tim Burton perdeu a cabeça!" E não foi obra da Rainha Vermelha.

A versão do cineasta para Alice no País das Maravilhas é enfadonha, sem brilho, humor e emoção. É o filme mais fraco que já assisti com a assinatura dele. Faltou tudo. Inclusive atuações memoráveis. Destaque zero para o elenco. Salvo apenas a Rainha de Copas (que é divertidíssima), cuja tirania é justificada por sua carência afetiva e Anne Hattaway como a Rainha Branca, que está maravilhosa e com uma interpretação no mínimo curiosa.
A falta de inspiração foi tamanha que respingou até no Johnny Depp. O Chapeleiro Maluco não tem um pingo de carisma e de graça. Não acrescenta absolutamente nada. Sua interpretação está exageradamente caricata e seu visual está bizarro. Parece uma mistura de drag queen da periferia com filhote assustado da Madonna.
Nem mesmo o suposto affair entre Alice e o Chapeleiro vingou. Longe disso. Me pareceu forçado para que Deep tivesse mais participação no filme.

O roteiro é uma decepção. Não há argumento que convença o regresso da Alice ao Mundo Subterrâneo com a finalidade – banal – de matar um dragão (ou seja lá que criatura é aquela). Pior que trataram isso como uma profecia para tentar fazer do filme um épico. Sem condições.
Alice acaba sendo retratada como mais uma "escolhida" do cinema, com direito a uma espada que apenas ela poderia empunhar, no melhor estilo Rei Artur.
Parece um "Rei Artur" misturado com "O Senhor dos Anéis" de quinta categoria.
E nem mesmo como aventura o filme consegue empolgar, já que não conseguimos sentir o mínimo de empatia por Alice.
Não que a personagem seja detestável ou algo assim. A questão é que ela simplesmente não reage a nada, se mostrando exageradamente apática. Não há emoção vinda da atriz em momento algum da história. Na animação da Disney de 1950, sentíamos o medo de Alice e seu assombro e surpresa por estar naquele mundo estranho a todo o momento. Nesse novo filme… nada!
Até mesmo a cena do chá perdeu a graça. Justo a cena mais divertida (e esperada por mim) do filme. Como deixaram de fora a clássica cena do desaniversário???
A história, que tem um enorme potencial, escorregou legal. Ela entra lá e depois sai e não acontece nada marcante. Deixa aquela famosa pergunta chata gritando dentro da sua cabeça "É só isso?". E a luta final é decepcionante. Pouco mais de 6 minutos sem emoção alguma.

A dublagem então nem se fala, é irritante! Algumas vozes não combinaram. Alice ficou infantilizada e a Rainha Vermelha juvenil demais. Mas, pior mesmo, foi o Chapeleiro Maluco. Que raio de voz era aquela? Língua presa? No original o Depp fala daquele jeito?

Fora os furos do roteiro, que eu não consegui entender até agora: Aonde estava a Rainha Branca durante a primeira visita de Alice ao país das maravilhas e porque o Chapeleiro diz que a Rainha Vermelha dominou tudo se ela já era "a dominadora" quando Alice foi lá pela primeira vez? Aff...

O que não decepciona e realmente salva Alice é o seu visual estonteante e cheio de detalhes.
E isso é um alívio. Afinal de contas, podemos finalmente identificar algumas referências do universo burtoniano. Cenografia, figurino, direção de arte, efeitos especiais são absolutamente perfeitos, com o senso estético de Burton e sua equipe realmente capturando o tom certo para retratar esse mundo fantasioso, apesar de eu preferir mil vezes o País das Maravilhas colorido e psicodélico do desenho da Disney. Sei lá, mas não acho que o País das Maravilhas combine com o estilo mórbido e sombrio do Tim Burton, prefiro como é na versão da Disney. Mas de qualquer maneira, o visual do filme de Tim é fantástico e é, sem dúvida, a melhor coisa do filme.

Por falar nisso, eu achei que essa versão não chega aos pés da versão animada dos anos 50, da Disney. A doidera, a complexidade e o psicodelismo que a Disney conseguiu passar com um desenho naquela época é uma coisa incrível e impressiona até hoje. E nenhuma tecnologia vai conseguir superar isso. Para mim, a versão animada da Disney é imbatível e será sempre a original, a única.

Mas voltando a versão do Tim Burton, não tem como não comentar: Que dancinha é aquela do Johny Deep????
Tão constrangedora quanto o Rebolation... Lamentável!
Esperava muito mais desse filme. Alice é rico em visual, pobre em história.

Diante de tantos tropeços, a minha nota é 7. Alice foi um balde de água fria. Quando quiser rever a obra do Lewis Carol, vou ficar com a adaptação golden do Walt Disney, que é bem melhor, mais divertida, louca e fiel a história original.

É uma pena que um dos filmes mais esperados do ano tenha se transformado em uma das grandes decepções de 2010. Bonitinho, mas ordinário.

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