terça-feira, 26 de janeiro de 2010
AGORA É OFICIAL: "AVATAR" SE TORNA O FILME MAIS VISTO DA HISTÓRIA DO CINEMA E PARA "COMEMORAR" VEJAM A MINHA CRÍTICA
Agora é sério: O filme de ficção científica "Avatar" superou oficialmente "Titanic" e se tornou o filme com maior bilheteria do mundo na história do cinema, com 1,85 bilhão de dólares arrecadados, informou o estúdio Fox nesta terça-feira.
A superprodução futurista, dirigida por James Cameron e que estreou há seis semanas, ultrapassou "Titanic", que estreou em 1997 e foi dirigido pelo mesmo cineasta, e que até agora ostentava o título de maior bilheteria com uma arrecadação de 1,843 bilhão de dólares.
"Estamos profundamente satisfeitos de que tantos milhões de pessoas em todo o mundo tenham aceitado 'Avatar'. O sucesso é o resultado de milhares de pessoas que, durante vários anos, trabalharam para criar a visão de James Cameron e dar vida a Pandora" - o planeta onde se desenvolve o filme - cuja produção custou cerca de 500 milhões de dólares."
James Cameron, de 55 anos, responsável por produções heróicas, como as duas primeiras versões de "The Terminator" (1984 e 1991); "Aliens" (1986) e "True Lies" (1994), é "um mago do cinema e um maestro da estratégia", segundo o analista Jeff Bock.
"O recém-nomeado Imperador da Terceira Dimensão, James Cameron, guiou 'Avatar" para o topo das listas de êxito de bilheteria.
'Avatar' fez o impensável e afundou 'Titanic' como o filme com maior bilheteria da história na segunda-feira", disse Bock.
O filme de ficção-científica levou apenas 39 dias para marcar o recorde com 1,85 bilhão de dólares, enquanto "'Titanic" navegou durante 41 semanas para chegar aos 1,843 bilhão de dólares", acrescentou o analista.
Quais são as qualidades que Cameron tem para fazer milhões com filmes que cativam tanto a crítica quanto o público?
Para Bock, "Cameron tem essa rara combinação de mago de cinema e maestro estratégico, seus filmes não são apenas uma história que simplesmente acontece. No final, há um espetáculo e é preciso ver para crer".
"Seus filmes não seguem uma trilha, mas vão por um caminho e se convertem em parte do 'zeitgeist' (espírito de uma época) cultural do dia", apontou o especialista em bilheteria.
PS: Aeeeeeeee depois de várias tentativas e muitos contratempos, finalmente consegui assistir ao tão aguardado e falado “Avatar” e agora já posso dar a minha opinião.
Para "comemorar" esse fato histórico que o filme conseguiu hoje, vejam a MINHA CRÍTICA:
Gênios cinematográficos são aqueles que criam ícones, obras definitivas, que impõem sua marca. E James Cameron pode ser considerado um gênio. Extremamente talentoso, Cameron realizou um filme que revoluciona a técnica de se fazer cinema.
Porém, a técnica somente.
“Avatar” é um projeto antigo de James Cameron, idealizado há 15 anos atrás, quando ele teve um sonho com todo aquele mundo. Ele ficou tão encantado com o sonho que resolveu que tudo aquilo tinha que virar um filme. Só que naquela época a computação gráfica ainda era muito precária para dar asas ao mundo fantástico onde tudo se passa. E Cameron não aceitaria nada menos do que um realismo espantoso. Mas, de lá para cá, as fronteiras entre o possível e o impossível em termos de tecnologia no cinema deram um salto, e foi quando viu Gollum de Peter Jackson que James Cameron finalmente se deu por convencido de que, sim, o mundo que ele imaginou podia passar para as telas de uma maneira real e convincente.
Incansável, Cameron passou por esse recesso de mais de uma década sem realizar um filme desde “Titanic”, se dedicando inteiramente a “Avatar”, que ele afirma ter sido o filme mais desafiador da sua carreira e o projeto de sua vida, o que confere uma ansiedade ainda maior pela estreia, visto que ele também assina os clássicos “Alien” e “O Exterminador do Futuro 2″.
Não vou negar. James Cameron é corajoso, acima de tudo. Ele é certo de seu talento e investe nisso. Cameron construiu o ícone que foi “O Exterminador do Futuro”, e mais tarde trouxe ao mundo a maior superprodução da história do cinema, “Titanic”.
Após essa longa sumida de quase uma década e meia, ele retorna com a proposta de trazer novamente uma experiência completamente inovadora ao público. E consegue.
Assistir à “Avatar” no cinema é de fato uma experiência única.
A parte técnica do filme se resume em uma palavra: perfeita. Se o objetivo era revolucionar, proporcionar algo único e destruir os limites entre o real e o imaginário, o êxito foi alcançado com louvor. Talvez esse seja o primeiro filme onde mesmo que se tente procurar defeitos técnicos, não irá achar. O recurso de captura de movimentos é tão fantástico, que os seres digitais que se vê na tela parecem ser atores maquiados.
Já vi vários comentários sobre o medo de que os atores sejam substituídos por seres computadorizados futuramente, e que o bom e velho cinema vá dando lugar aos efeitos especiais. Agora, pude concluir que isto é absolutamente possível e que o resultado foi bom.
Os animadores da WETA Digital (a gigante empresa dos efeitos especiais fundada por Peter Jackson) deram vida e grandes olhos expressivos às criaturas do filme. A concepção estética dos alienígenas e seu planeta é original e atraente. Sem falar do realismo impressionante.
Cada poro, tendão, músculo e cabelo dos seres em animação é palpável a ponto de nos questionarmos se eles podem mesmo ser considerados uma animação.
No entanto, se o mérito do filme é a tecnologia e a beleza original do mundo de Pandora, a história é um pouco clichê e óbvia demais para que a gente se envolva completamente.
A parte psicológica e emotiva é claramente deixada em segundo lugar, mesmo se tratando de uma história de amor.
“Avatar” tenta emocionar o público apenas no final do filme, procurando fazer com que as pessoas se identifiquem com o drama dos personagens secundários, mas já é tarde demais. Não dá tempo de sentir uma conexão, elas só vão até onde vai a computação gráfica. Você é sugado pelas formas e luzes de Pandora, mas não pelas pulsões dos personagens e o filme acaba ficando um pouco sem sal, apesar de todas as manobras de Cameron.
O nome de James Cameron normalmente é associado a uma máquina de produzir obras memoráveis. E se os seus belos Na’vi conseguirem se manter na memória do público pelas próximas décadas, não será sem razão. Mas o mérito é, mais uma vez, da estética do filme, das cores e das formas, da parte tecnológica. A trama em si não tem força para aguentar a pressão do tempo. A história é clássica e simples. E a ingenuidade e simplicidade do roteiro não está apenas nos clichês ou nas frases de efeito. As inovações mirabolantes da computação são importantes, mas não são o coração dos seus filmes.
Sem dúvida nenhuma, o mais empolgante de “Avatar” é o planeta Pandora. A criação do planeta é tão rica em detalhes que fica impossível de citar aqui. Diversas espécies de flora e fauna foram desenvolvidas especialmente para o filme, assim como uma linguagem própria dos habitantes. É incrível! São seres lindos e assustadores, críveis, como uma realidade paralela.
Durante a noite tudo se ilumina, algo parecido com uma floresta de neon, o que eu particularmente A-DO-REI! Aquela floresta brilhosa e fluorescente é TUDO!!!! Eu queria ficar perdido por lá rsrsrsrsrs...Um dos pontos altos do filme para mim.
Como a bióloga do filme (vivida pela maravilhosa Sigourney Weaver) explica, são mais de um trilhão de árvores, e neste mundo tudo se conecta por algo que pode ser comparado a um cabo USB que os Na’vi possuem em seu cabelo. Informações podem ser guardadas em certas árvores. Uma evolução que desafia a ciência. Tudo é realmente muito criativo. É impressionante pensar que toda a selva é de computação gráfica. Em certos momentos vemos enormes pedaços de terra flutuando em uma área com gravidade alterada, isso com certeza soa de forma inconcebível, mas dentro da floresta é tudo tão perfeito, que mais parece alguma floresta tropical do que algo digital. É realmente arrasador. Cameron literalmente criou um universo tão palpável e real que temos o planeta Pandora como um lugar a ser visitado, e não uma ilusão de computador.
A captura de movimentos está seis vezes aumentada e mesmo com rostos totalmente diferentes (olhos e narizes maiores, pescoços maiores e por aí vai), podemos perceber nitidamente a interpretação dos atores, seus olhares e feições nos personagens.
Os efeitos sonoros e a trilha sonora também marcam sua presença de forma excelente.
A primeira etapa do filme parece se arrastar um pouco, talvez devido a expectativa de ver logo os personagens de Pandora. É quando começa a visitação de Pandora que tudo vai evoluindo. A trama é simples: O bem contra o mal, uma história de amor cheia de problemas, consciências pesadas e atitudes honradas no final e vários outros “clichês”, inspirado, por exemplo, em filmes como “Star Wars”. Algumas partes lembram demais outros filmes. Fora que a história parece copiada de várias produções, até de “Pocahontas” da Disney.
Mas “Avatar” consegue passar sua mensagem muito bem, mostrando todos os benefícios de um povo que cuida de sua mãe (a natureza), ao invés de destrui- lá (como nós).
O filme é, acima de tudo, um debate ( muito válido até, nessa época de aquecimento global e outras coisas) sobre o que fazemos com os nossos recursos naturais.
Com problemas narrativos chatos, diálogos sem muito impacto e uma política um tanto “água com açúcar”, Cameron procura suprir sua deficiência de roteiro com grandes efeitos e sequências deslumbrantes.
E a prova da competência dele é justamente o fato que isso funciona muito bem. Entretanto, é irritante alguns clichês mais que batidos como o “artefato herdado que terá grande importância na batalha final”. Até mesmo o “unidos venceremos” ou então o “grande domador da criatura indomável”. Isso não funciona mais e Cameron não percebeu que isso podia acabar comprometendo a seriedade da sua obra. Entretanto, os efeitos acabam por suprir parte disso no produto final.
O filme não é ruim, veja bem.
Eu apenas não achei motivo, tirando a parte técnica e o planeta Pandora, para toda essa repercussão em relação a ele.
Sim, é um FILMAÇO com grandes cenas e uma bela mensagem de amor a natureza que merece ser visto, mas é um filme como outro qualquer. E que podia ter sua história e o romance de seus protagonistas melhores desenvolvidos. O filme deixa a clara impressão que Cameron se dedicou demais aos efeitos e a revolução que tanto queria causar, que se esqueceu um pouco da história e a deixou em segundo plano. Achou que ela não era tão importante. Era só ter um filme cheio de efeitos arrasadores e tecnologia de ponta que já tava bom. História mais aprofundada e emocionante pra quê?
Mas no geral, “Avatar” tem saldo bastante positivo e é uma experiência única e aconselhável a qualquer um. Tem alguns problemas inaceitáveis para uma obra de sua proporção, mas é de fato a criação definitiva de um mundo paralelo. Cameron conseguiu nos dar um grande filme.
É impressionante e belo pelo seu visual, mas com uma trama nada inédita e original.
Nada que já não tenha sido visto em vários outros filmes como Star Wars, Jornada nas Estrelas, Romeu e Julieta, Titanic e até Pocahontas, da Disney.
Misture todos eles e você terá “Avatar”.
Aliás, a definição e fórmula perfeita para Avatar seria:
Star Wars + Titanic = Avatar.
É um Titanic futurista.
Assistam e tirem suas próprias conclusões.
O filme impõe grandiosidade demais e sequências de ação ininterruptas, mas o gostinho que ficou no final foi que não tivemos nenhuma cena icônica ou memorável. Ficou a sensação de que faltou alguma coisa sabe?
Impressiona a gente? Sim, impressiona mas falta um algo a mais ali.
E isso tudo consiste em uma palavra: expectativa.
E eu preciso aprender a lidar com ela.
Talvez esse seja o meu problema. Nota 8!
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