Domingo é dia das famosas revistas de domingo. E com elas as ótimas crônicas e críticas de tudo que rolou durante a semana.
To postando aqui duas das que mais me chamaram atenção e valeram minha leitura. A primeira é da maravilhosa colunista Cláudia Cecília que nos brinda mais uma vez com um excelente texto e uma excelente crítica a tudo que rolou essa semana no mundo dos famosos. Já a segunda, da jornalista Patrícia Villalba fala um pouco sobre a polêmica e maravilhosa minissérie “Som e Fúria”.
Leiam e reflitam sobre esses textos que alegram e tornam nossos domingos bem mais reflexivos e intelectuais. E domingo que vem tem mais, afinal uma nova semana se inicia e com ela uma série de novos acontecimentos nesse mundo louco em que nós vivemos e que nunca para. Beijos e bom domingo pra vocês...
“MAIS FOFOCA DO QUE A GENTE PRECISA:
Foi uma semana intensa no mundo das celebridades. E nós, que não vivemos sem elas, tivemos praticamente uma overdose de factóides, do tipo muito, mas muito mais informação do que de fato precisamos. Os mais sérios, que acham que o mundo está perdido diante de tantas notícias frívolas, diriam que na verdade não precisamos de quaisquer das informações vindas do mundo particular dos famosos, o que nós, os que adoramos uma fofoca e os que vivemos- profissionalmente- disso, discordamos, claro. Mas que há um momento em que a coisa perde o rumo, ah, isso lá é verdade. E foi essa a sensação que tivemos esses dias. Quer dizer, eu tive, vamos ver se vocês concordam.
Começamos com o incrível universo dos ex Big Brothers, que não nos decepcionam nunca. Então Fran saiu dizendo o que provavelmente metade do país já desconfiava: Max não era exatamente esse furor sexual que fizeram parecer. Pelo menos não com ela, do sexo feminino. Sim, a moça deu a entender(sem trocadilho) que o dono do prêmio de 1 milhão de reais é homossexual e , numa boa, na minha modesta opinião, esse é o degrau mais baixo que uma mulher pode chegar. Enfim, acabamos descobrindo, sem que ao menos tivéssemos perguntado, que a pobre Fran não teve suas fantasias sexuais realizadas. Já a colega de programa Fani- aí vem mais uma-, em vez de cgorar pitangas resolveu contar que gosta de meninos e meninas e que a mãe dela a odiou até os 14 anos. E tudo isso junto mudou nossas vidas desses dias para cá, não? Não vejo a hora de comprar o livro de Fani para saber porque o ódio materno acabou justamente aos 14 anos e não aos 15 ou 13, estou intrigadíssima com isso.
Para manter o nível(baixo) das celebs, como chamam as revistas estrangeiras, também teve Dado Dolabella contando na Fazenda que tinha o curioso e quase inocente hábito de roubar tênis na adolescência. E que num único dia roubou sete pares, até ser pego por um segurança. Questionada, dona Pepita Rodrigues, a mãe, se preocupou apenas em esclarecer que o outro filho pagou toda a dívida do irmão. E assim se resolve a delinqüência de um filho. E assim conseguimos acabar de montar a imagem que temos dessa grande figura humana chamada Dado Dolabella. Eu, particularmente, não precisava de mais esse item no currículo do moço- minha opinião já estava formada há tempos. Esse bom irmão, aliás, deve ser o mesmo que na pré-adolescência, vestido com touca ninja, invadiu e roubou a própria escola, na Zona Sul, quando o pai ainda era vivo. Grande família.
Já bastante satisfeitos, imagino, com tudo o que lemos e ouvimos, ainda fomos agraciados com a Betty Faria defendendo em seu blog que a maconha seja vendida em vasinhos como uma plantinha qualquer. E que a erva poderia ser muito bem um tempero ou um chá, que encontrássemos em qualquer boa casa do ramo. Sem entrar no mérito da legalização ou não da droga, fiquei imaginando quão fofo seria ver pezinhos de cannabis nas floriculturas da cidade. E tive vontade de perguntar à atriz onde foi que ela tomou chá de maconha, porque essa eu nunca ouvi. Ah, e a outra pergunta que não quer calar é: quem, meu Deus, lê o blog da Betty Faria?
E todo o noticiário semanal dos notáveis acabou em melancolia, com Caetano Veloso falando sobre envelhecer. Sim, até o cantor baiano essa semana nos deu imagens, como uma amiga costuma dizer, revelando que, com o passar dos anos, sente falta “do jato de urina forte” e “das ereções firmes”. E tive ímpetos de fechar os olhos para não imaginar nenhuma das duas situações, uma vez que mitos são mitos e nem eles próprios têm o direito de se derrubar.
Bem disse a Maitê Proença que agora não tem mais opinião sobre nada e que não dá mais declarações que não lhe interessem. Assim, não corre o risco de ser responsabilizada por nossa crise de excesso de informação estranha.”
“SOM, FÚRIA E A PREGUIÇA E SONO DO TELESPECTADOR: ESPECTADOR RECLAMA DO HORÁRIO EM QUE A MINISSÉRIE DA GOBO FOI AO AR-
Vira e mexe, quando tenho chance, freqüento as áreas de comentários dos sites e blogs sobre TV. É uma maneira instantânea e eficiente, mas um pouco desoladora, de saber o que andam falando sobre isso e aquilo- só para não ficar restrita às conclusões tiradas pela minha mãe e minha tia Irene, que só gosta dos núcleos de gente rica nas novelas.
Digo que é uma experiência desoladora porque a gente se depara com todo tipo de boboca emitindo opinião sem pudor nos espaços “deixe seu comentário”. O que as pessoas pensam a respeito de certas coisas é realmente surpreendente.
Tem gente dizendo que a Duda(Tânia Khalil), de “Caminho das Índias”, merece ficar com o Raj(Rodrigo Lombardi), sem nem pensar no que será do pobre doutor Lucas(Murilo Rosa)- numa dessas, ele acaba a novela com a Deva(Cacau Melo).
Mas fiquei passada mesmo quando li montes de críticas sobre a série “Som e Fúria”. Passada não por haver críticas, mas pelo que se critica da série em si. O horário em que o programa foi ao ar(entre 23h30 e meia-noite) é o campeão das reclamações, o que só pode significar que o povo dorme com as galinhas.
Essa gente que dorme cedo também chama o tema do programa, os bastidores do teatro, de elitista. O que só reforça a piada central do roteiro, sobre uma companhia de teatro que tenta sobreviver nos tempos atuais, quando os assinantes de suas temporadas estão morrendo de velhice. Muitos elogiaram, mas os que não conseguiram entender as referências ao meio artístico e a Shakespeare parecem irritados. Preguiça, só pode ser.
Tudo isso pode explicar o Ibope obtido pela série, uma média de 16 pontos, onde se esperavam 20 ou mais. Quem não viu, perdeu( ou ainda pode ver pela Internet, oba) um dos programas mais bem escritos e interpretados dos últimos tempos. Pode ser que os ratos de teatro tenham rido mais, entendido mais. Mas tirado o pano de fundo do Teatro Municipal, a série tinha todo tipo de relação humana básica, do mesmo tipo que alimenta Shakespeare, Machado de Assis e Aguinaldo Silva.
Sem contar com o insuportável didatismo que a maioria das novelas precisa ter para se fazer entender, o telespectador com sono confunde raciocínio elaborado e sutileza com “coisa de gente metida a besta”. Nesse balaio, telespectadores que se manifestam na web põem também Capitu, de Luis Fernando Carvalho- um deles, aliás, termina o recado mandando um “beijo para a Mirella”, a mulher de Latino eliminada de “A Fazenda”.
Semana que vem tem mais. Ótima semana pra vcs...
domingo, 26 de julho de 2009
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